NINGUÉM ESTÁ SEGURO
Durante uma perseguição da Polícia Militar a supostos criminosos no bairro da Tijuca, Rio de Janeiro, uma criança de três anos foi atingida duas vezes. Uma das balas acertou o menor na cabeça. A criança foi socorrida, mas de acordo com a Assessoria do Hospital Copa D’or um exame indicou na tarde desta segunda-feira 07, morte cerebral.
Essa é mais uma vítima dos inúmeros confrontos envolvendo policiais e bandidos no Rio de Janeiro. A cena presenciada ontem, por moradores do bairro da Tijuca, lembra a de um filme policial. Onde policiais em defesa da segurança perseguem bandidos pela rua de uma grande metrópole. Diferente dos filmes, onde apenas os bandidos se machucam e os mocinhos viram heróis, na vida real, não são atores treinados brincando com balas de festim para dar veracidade à magia do cinema. Nos confrontos reais, inocentes são surpreendidos, acuados e atingidos de onde menos se espera como é o caso do menor João Roberto, que na noite de ontem, estava no carro dirigido por sua mãe em companhia do irmão de nove meses, isso mesmo nove meses de idade. O carro da família foi praticamente metralhado por policiais, que justificam o ato, por estarem à captura de criminosos. Estes que, claro, conseguiram escapar, enquanto o carro da família era atingido. O que dizer a família, ao pai e principalmente, a mãe que junto com os dois filhos, pequenos e inocentes foram tão covardemente atacados? Erro? Despreparo policial? Ou apenas se conformar e dizer que foi coincidência e que eles estavam naquele lugar na hora errada. Hora errada? Então qual seria a hora certa? Será que não estamos passando do tempo de achar à hora certa de combater a criminalidade latente não só no Rio de Janeiro, mas em todo país? Quantos mais Joãos, Marias, Danieis, Franciscos...vão ter que morrer para que as autoridades, juntamente com a sociedade, se dêem conta que já está passando do momento de agir. Enquanto famílias amedrontadas e traumatizadas pelas perdas e pelo aumento da violência escondem sua dor e medo, trancafiadas em casa, bandidos e casos de violência explícita se multiplicam das formas mais covardes que podem existir. De armas em punho invertem valores éticos e de convivência humana, submetem medo e terror aos que ousarem simplesmente, a cruzar o seu caminho como o menor João Roberto, mais um João, pequeno e indefeso, como o João Hélio. O menor arrastado e morto por ruas deste mesmo Rio de Janeiro há um pouco mais de ano atrás. A violência não escolhe mais classe social ou racial, ela não está mais restrita só as zonas menos favorecidas, por tentarmos escondê-la e deixá-la por conta de políticas públicas ultrapassadas é que ela agora salta aos nossos olhos, invade lares e destrói famílias, como está que está sofrendo agora. Que esse caso não fique em pune e que Deus dê força a família para seguir em frente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comenta aí: